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Fundação Logosófica | Vaidade: surge da inadvertência dos responsáveis pela educação da criança

Por: Fundação Logosófica
19/02/2024 09:11 - Atualizado em 19/02/2024 09:12
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Por Carlos Bernardo González Pecotche (Raumsol)

A vaidade se insinua quase sempre na infância, vigorizando-se por inadvertência dos pais, propensos com frequência a fomentá-la ou a fechar os olhos a suas manifestações. O certo é que os consentimentos e elogios, quando prodigalizados sem medida pelos adultos, influem desfavoravelmente na formação caracterológica da criança, sendo es­sa conduta duplamente nociva quando se trata de crianças inclinadas por natureza a contrair a deficiência.

A valorização que em sua presença se costuma fazer de suas aptidões, tanto físicas como de talento, assim como o fato de elas se sentirem donas de roupas, brinquedos e objetos que as destacam entre as demais crianças, contribuem para fomentar nelas o desejo de serem admiradas e o prazer pela lisonja, o que vai definindo rapidamente as características do vaidoso. Uma vez acentuada a deficiência, vai-se criando no ser, já adulto, um complexo de superioridade, tão pernicioso como o seu oposto, o de inferioridade.

Nem sempre, entretanto, a vaidade tem essa origem. É frequente ver como seres que nunca tiveram de que se envaidecer, de repente revelam essa particularidade negativa em consequência de um êxito, de uma mudança favorável de fortuna, etc., o que nos mostra quão suscetível é a criatura humana à vaidade, e quão necessário é que ela cimente em si mesma a qualidade moral que lhe sirva de resguardo contra tais ciladas.

Esta deficiência reveste de ouropel a figura da pessoa, que, comprometida por essa circunstância, se vê obrigada a exaltar ante parentes e amigos suas próprias luzes, méritos ou qualidades.

É fácil comprovar que a vaidade não pode manifestar-se sem menoscabo dos méritos alheios, e ela poderia muito bem ser definida como uma sutil ofensa que se faz ao semelhante, colocado sempre em inferioridade de condições pelo vaidoso.

Esta falha psicológica fecha o entendimento, prostra a faculdade de raciocinar e entorpece o livre jogo das faculdades da inteligência. Se as faculdades de pensar, de observar ou de raciocinar operassem no vaidoso com inteira liberdade, não se poderia admitir que tivessem deixado de adverti-lo dos prejuízos que suas deficiências lhe ocasionam, sobretudo o desconceito.

Os valores que em verdade possuímos, não é necessário exibi-los: eles se evidenciam por si sós

A vaidade se resume na jactância, que se revela não só na palavra, mas também na atitude e na expressão. É uma névoa psicológica que obscurece a mente, impedindo de ver e sentir a justa medida do próprio conceito.

Quem vive cegado por esta falha não concebe para si a modéstia, mas lhe agrada que os demais sejam modestos e estejam dispostos a suportar sua vanglória.

O vaidoso descarta essa virtude como algo que não combina com suas pretensões; é como se a modéstia fosse uma postura que diminuísse sua pequena estatura de "gigante".

A modéstia, sinal de boa estirpe, deve ser natural, jamais afetada. É virtude que surge espontânea da alma, permitindo que as pessoas se sintam cômodas e seguras, seja qual for o lugar onde se encontrem.

(Trechos extraídos do livro Deficiências e Propensões do Ser Humano, p. 58)


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